Cadeias Produtivas do Açaí e do Cupuaçu: Fábrica Sustentável de Alimentos em Pó em Pequena Escala
Motivação:
O Brasil é um grande produtor de alimentos, tanto de produtos destinados à exportação, como de produtos destinados a alimentar sua grande população. Uma parte importante dessa produção é oriunda de pequenas propriedades e da agricultura familiar, mas apenas uma pequena parte é processada. Frutas e hortaliças têm vida útil curta, apresentando perdas elevadas (30-40% no Brasil), devido principalmente a problemas de transporte e uso de técnicas inadequadas na pós-colheita e conservação. Estratégias de preservação que reduzam as perdas são importantes para aumentar a disponibilidade desses alimentos durante o ano, evitar prejuízos, e agregar valor às matérias-primas. Fábricas para o processamento de alimentos em pequena escala, que operem de maneira sustentável e resultem em produtos de qualidade, são uma excelente alternativa para a agregação de valor e redução de perdas no campo. Para isso, é necessário projetar essas fábricas com base em tecnologias e procedimentos adequados, bem como desenvolver produtos com foco no consumidor.
Objetivos:
O objetivo geral deste projeto é promover a agregação de valor na cadeia produtiva do açaí e do cupuaçu por meio do processamento para obtenção de polpa em pó, visando o desenvolvimento de novos produtos alimentares, cosméticos e farmacológicos. Isso contribuirá para o desenvolvimento sustentável das comunidades produtoras e extrativistas da região amazônica. O projeto inclui a construção e instrumentação de unidades de processamento de açaí e cupuaçu, com tecnologias inovadoras e adequadas à pequena escala de produção, utilizando bioenergia a partir dos resíduos das matérias-primas. As unidades serão instaladas na comunidade de Belém dos Solimões dos povos indígenas Ticuna no município de Tabatinga/AM, na comunidade ribeirinha no município de Portel/PA e na UFSC. Com as unidades de secagem instaladas nas comunidades, o projeto vai possibilitar a agregação de valor às frutas e permitir que os produtos possam ser transportados sem a necessidade de refrigeração. Além disso, o projeto vai implementar procedimentos de tecnologia de alimentos que serão compartilhados com as comunidades envolvidas. O projeto adere às tendências de produção de alimentos sustentáveis, considerando a descarbonização da produção e o respeito ao meio ambiente e às comunidades envolvidas.
Coordenador: Prof. Dr. João Borges Laurindo
Integrantes do PROFI: Prof. Dr. Bruno Augusto Mattar Carciofi, Dra. Aline Iamin Gomide, Dra. Jaqueline Oliveira de Moraes, Dra. Raquel da Silva Simão, Dr. Ricardo Lemos Monteiro